Maria Clara Barbosa foi uma das beneficiadas pelo projeto da PMVR e relatou satisfação após correção da escoliose idiopática

“Quando me olhei no espelho e vi minha cintura alinhada, chorei de felicidade", disse Maria Clara Barbosa Matos, paciente pioneira que passou por cirurgia no projeto Coluna Reta. As cirurgias foram feitas no último sábado e nesta sexta-feira foi feito um exame de avaliação. O resultado foi um sucesso, que emocionou tanto a paciente quanto a equipe do projeto.

“Pela primeira vez vi o outro lado da minha cintura do jeito certo. Foi a realização de um sonho sempre quis fazer a cirurgia, não por estética, mas por saúde. Sentia muita dor na coluna e sofria com comentários de pessoas que me chamavam de ‘torta’. Agora vou poder usar biquíni e cropped sem me sentir constrangida”, relatou Maria Clara.

O Coluna Reta, proposta pioneira no Brasil, oferece gratuitamente tratamento e prevenção da escoliose para crianças a partir de 6 anos e adolescentes até 18 anos. O projeto foi implantado há cinco meses em Volta Redonda.

A adolescente Maria Clara, de 17 anos, sofria de Escoliose Idiopática – curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco, determinada pela rotação das vértebras. Ela passou pela cirurgia de correção no último sábado (6), por uma equipe de ponta capitaneada pelo médico Juliano Coelho, ortopedista especialista em coluna e responsável pelo projeto em Volta Redonda.

A cirurgia dura, em média, quatro horas cada e contou com o apoio médico do neurofisiologista Ricardo Ferreira e da empresa fabricante de implantes ortopédicos, Neoortho.

Outra paciente que passou pelo procedimento no mesmo dia foi Ludmila Maciel da Silva Teixeira, também de 17 anos. As cirurgias foram realizadas no Hospital São João Batista (HSJB). As pacientes ficaram quatro dias internadas sob observação e receberam alta na última quarta-feira (10).
Nesta sexta-feira, dia 12, as adolescentes passaram pela primeira revisão pós-cirurgia com o ortopedista Juliano Coelho, que comparou com exames de raio-x, o antes e depois da coluna das pacientes.

“Ambas tinham curvaturas bem acentuadas com mais de 50 graus na coluna. A Maria Clara possuía uma escoliose lombar e a Ludmila, um desvio mais intenso na região torácica. As cirurgias foram bem sucedidas para o controle da correção, uma grande equipe de profissionais me auxiliou nos procedimentos”, disse o médico Juliano Coelho, acrescentando que o projeto tem a finalidade de prevenção da escoliose, mas também oferece a cirurgia em casos de maior complexidade.

Recuperando saúde e a autoestima
A mãe de Maria Clara, Etienne Barbosa de Lima, citou que a filha sempre quis fazer a cirurgia de correção, pois sofria muito com as dores e comentários na escola por causa da sua curvatura na coluna. Etienne mencionou que ficou surpresa com o atendimento que sua filha recebeu no projeto Coluna Reta.

“Desde que ficamos sabendo do projeto, através de uma amiga da família, que viu a abordagem da equipe na Vila Santa Cecília, até a cirurgia de correção, tudo ocorreu em menos de dois meses. É surpreendente, pois minha filha estava numa fila de espera pelo procedimento há mais de cinco anos. Esse projeto é um presente do céu”, emocionou-se.

A escoliose pode comprometer a função pulmonar, segundo o ortopedista especialista em coluna Juliano Coelho. Etienne comentou que Maria Clara tem asma e sentia dificuldade para respirar, evitando fazer atividades físicas por causa das complicações da escoliose.

Outra paciente
A adolescente Ludmila Maciel da Silva Teixeira, também diagnosticada com escoliose, se recupera bem do pós-operatório. Ludmila é deficiente auditiva e a mãe dela, Aparecida Maciel, comentou que a filha está muito feliz com o resultado e que esperava por essa cirurgia há mais de 10 anos.

“Desde os oito anos de idade, Ludmila já possuía o diagnóstico de escoliose. Nós estávamos à espera da cirurgia no Rio de Janeiro há 11 anos. Se não fosse o projeto Coluna Reta, eu nem sei se minha filha estaria tão bem quanto agora. Eu conheci o projeto na Avenida Amaral Peixoto, durante uma abordagem na rua, desde a primeira avaliação nos sentimos muito confiantes para passar pelo procedimento”, disse Aparecida.

A mãe de Ludmila citou que a filha está fazendo uso de analgésico, mas se sente bem e feliz. “Minha filha sofreu por causa da escoliose, chegou a usar colete e tinha dificuldade de andar. Ela se sentia constrangida e diferente próxima a outras meninas da sua idade por causa dessa complicação na coluna”, comentou Aparecida Maciel.

O projeto Coluna Reta
Os atendimentos do projeto Coluna Reta são feitos às sextas-feiras na Policlínica da Cidadania, que fica no Estádio da Cidadania Raulino de Oliveira. Todas as crianças e adolescentes que já foram atendidos voltam para avaliações após um ano. Desde que foi implantado, 200 crianças passaram por triagem, sendo que 10 delas tiveram indicação cirúrgica. A previsão é que sejam realizadas, por mês, duas cirurgias no Hospital São João Batista, aos sábados.

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