Sediado simultaneamente em 70 cidades do Brasil no último sábado, evento contou com a participação de mais de 120 pessoas no município do Sul Fluminense

 

Respeito, inclusão e acessibilidade. Foram esses valores que nortearam o Festival Paralímpico Loterias Caixa, realizado em Volta Redonda no último sábado (4). O evento, promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, aconteceu simultaneamente em 70 cidades do país e teve como proposta, oferecer experiência esportiva para crianças e adolescentes com deficiência. A promoção da atividade em Volta Redonda foi motivo de elogios por parte de professores da Smel (Secretaria Municipal de Esporte e Lazer), pais e responsáveis de quem participou.

A professora da Smel e especialista em autismo, Luiza Angélica do Nascimento, considerou o evento espetacular, desde a proposta pedagógica até sua execução e efetividade. “Muito organizado. Atendeu à proposta que é a de socializar e dar oportunidade para as crianças com deficiência interagirem e integrarem este mundo do esporte”, opinou ela, que é mãe de duas crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e que participaram do festival em Volta Redonda.

“Essas pessoas vivem socialmente limitadas e com a pandemia, isso aumentou. Setenta por cento do público do festival foram de deficientes intelectuais e autistas. Este evento contemplou uma inclusão verdadeira. Uma socialização de verdade. Foram pessoas com autismo, cadeirantes, paraplégicas, tudo foi muito adaptado. As atividades foram adaptadas às necessidades de cada um e isso é inclusão de verdade”, afirmou.

A cabeleireira Sônia Diório é mãe do Pedro, de 15 anos, que tem síndrome de Down. Segundo ela, o filho ficou muito empolgado com a participação no festival e o resultado foi muito além do esportivo. “Ele se cobra muito e estava ansioso para participar. Só tenho elogios à iniciativa. Fomos muito bem recebidos desde a chegada. Achei interessante a recepção por parte dos professores, eles ensinando as crianças a como realizar a atividade. Foi uma experiência muito legal. Para nós pode ser pouco, mas para eles é muito a promoção de ações como essas. Ficamos esquecidos nos últimos anos, mas agora Volta Redonda está de parabéns”, disse.

Símbolo do festival, a pequena Mayza Marinho das Chagas, de 10 anos, só tem o tronco e superou as dificuldades físicas para mostrar desenvoltura e alegria nas atividades. A mãe dela, Rosângela Marinho, comemorou a conquista da filha.

“Ela saiu de lá mais engrandecida do que já é. Porque viu que pode fazer um esporte do jeito dela. A Mayza gostou, porque havia crianças como ela e entendeu que existe um lugar para ela. Fiquei radiante, se tiver de novo, vou levá-la novamente. Me senti muito à vontade, porque a deixei com uma pessoa que a tratou com toda atenção e carinho. Falo por mim e pelas outras mães, já que a maioria se conhece, ficamos muito felizes, assim como as crianças. Foi um trabalho lindo e de reconhecimento deles”, celebrou Rosangela.

A coordenadora do evento e professora da SMEL, Vivian Bastos, disse que viveu um misto de emoções. Isso, porque além de trabalhar na organização do festival, torceu pela filha, Valentina, de 8 anos, que participou das atividades.

“Foi mágico, maravilhoso, pois depois de quase dois anos passando por esse momento pandêmico, a gente pôde participar de um evento tão grandioso e importante como esse. Como mãe estou extremante contente e feliz pelo dia que minha filha teve. Ela é bem comprometida e se divertiu demais. Como coordenadora do evento estou extremamente orgulhosa da grande equipe que a SMEL tem”, elogiou.

Valorização do esporte paralímpico
Mais de 120 Pessoas com Deficiência (PCDs), entre crianças e jovens de 8 a 17 anos, participaram do evento na Arena Esportiva, no bairro Voldac. Em Volta Redonda, foram praticadas as modalidades de Atletismo, Parabadminton e Parataekwondo – esporte estreante nas Paralimpíadas de Tóquio realizadas este ano.

De acordo com a secretária da Smel, Rose Vilela, a realização do festival foi importante para a retomada da valorização do esporte paralímpico que sempre foi uma referência em Volta Redonda, como era com a Olimpede (Olimpíada da Pessoa com Deficiência). Segundo ela, a iniciativa tem muito mais uma proposta de inclusão social do que propriamente de cunho competitivo. “Estamos muito felizes, porque foram quatro cidades escolhidas no estado do Rio, e Volta Redonda foi uma delas, após cumprirmos todas as exigências do edital. Vamos seguir valorizando o esporte, inclusive o paralímpico. No ano que vem, queremos sediar a quarta edição do festival e retomar a Olimpede”, finalizou.

 

Foto: Divulgação/Secom PMVR

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