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Descentralização da arte no meio urbano é uma das propostas executadas durante o ano de 2021 pelo secretário de cultura, Anderson de Souza

“A cultura tem que sair de dentro das quatro paredes e ocupar as ruas”, enfatiza o secretário de Cultura de Volta Redonda, Anderson de Souza. Com essa proposta, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) buscou durante o ano de 2021, a descentralização da arte e ocupação do espaço público. Com muita criatividade em um momento de pandemia, a cultura em Volta Redonda se tornou mais próxima das pessoas, levando não só arte, mas também mensagens importantes de esperança e conscientização de temas importantes com muita originalidade.


Os projetos realizados pela secretaria possibilitaram o acesso de todos à cultura. Por exemplo, o ‘Tour Cultural’ faz uma visita guiada semanal aos equipamentos culturais da Vila Santa Cecília, em um projeto realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Ação Comunitária (Smac). Os beneficiados são os participantes dos grupos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos dos CRAS (Centros de Referência da Assistência Social).
O projeto é realizado às quintas-feiras, quando os visitantes são recepcionados por um funcionário da Secretaria Municipal de Cultura, no Memorial Getúlio Vargas, e recebem explicação sobre as obras de arte do local. Eles conhecem a Biblioteca Raul de Leoni, numa ação de incentivo à leitura; visitam a Galeria de Arte, no 2º andar do centro cultural, e seguem para o Espaço das Artes Zélia Arbex, onde recebem informação sobre a exposição em cartaz.


O grupo também visita o Memorial Zumbi. Na galeria de artes do espaço, conhece o acervo da exposição permanente, composta por doações de artistas que se dedicam à cultura afro-brasileira, e na arena, escutam sobre a história do memorial. O “Tour Cultural” tem duração de cerca de uma hora.
De acordo com o secretário, Anderson de Souza, a cultura começa a ocupar espaços que até então não eram destinados para atividades culturais. “A parceria com a Smac leva atividades culturais aos bairros, através dos Cras. Com isso, as pessoas que moram em áreas periféricas e pessoas em situação de rua recebem o acesso à cultura, que é um direito de toda população. Então, quando a Secretaria Municipal de Cultura ocupa os espaços públicos, está ampliando o direito de todos. A cultura é uma ferramenta de transformação social”, citou o secretário.

Biblioteca online
Outra proposta que foi desenvolvida pela secretaria é a “Biblioteca Online”, lançada no Dia do Livro. O sistema virtual para consulta de exemplares nas duas bibliotecas municipais de Volta Redonda: Raul de Leoni e Estação Cidadania. Cerca de 10 mil exemplares, que compõem o acervo das duas bibliotecas, podem ser consultados online pelo público em geral, no site: https://cultura.voltaredonda.rj.gov.br.

Dos títulos disponibilizados, seis mil podem ser localizados na Biblioteca Municipal Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília, e quatro mil estão na biblioteca da Estação Cidadania, no bairro Vila Rica/Tiradentes. O sistema online tem por objetivo facilitar a vida dos usuários, possibilitando consulta das obras disponíveis e sua localização. Entretanto, ainda não é possível fazer empréstimos virtualmente.

Novo formato de exposições no Espaço das Artes Zélia Arbex
Com medidas simples e criativas da Cultura, o Espaço das Artes Zélia Arbex, na Vila Santa Cecília, retomou suas atividades com as exposições itinerantes. Mesmo com o espaço fechado, o modelo arquitetônico da galeria possibilitou que os visitantes pudessem observar todo o conteúdo pelos vidros. Uma medida eficaz para a retomada dos trabalhos que são desenvolvidos por artistas de Volta Redonda, incluindo aqueles contemplados na Lei Aldir Blanc. Toda a exposição realizada no local também pode ser conferida no site da secretaria de Cultura: https://cultura.voltaredonda.rj.gov.br.

‘Plantando Arte’: idosos produzem crochês para enfeitar árvores
A arte em Volta Redonda inseriu também os idosos no cenário urbano, por meio do projeto “Plantando Arte”. Os idosos que participam do grupo de convivência da Smac confeccionam crochês que são colocados no caule das árvores. O projeto, a princípio, pode ser conferido na Vila Santa Cecília; as árvores da Praça Rotary, próximo a Biblioteca Municipal Raul de Leoni, ganharam crochês de diversas cores.

Para muitos que passam nas ruas, é um simples enfeite, mas para quem participa da atividade, é um alento e uma forma de ocupar a mente após o retorno do convívio social pós-pandemia. O secretário Anderson de Souza enfatizou que nesse período, os idosos ficaram em casa devido à Covid-19, sem desenvolver uma atividade e muitos até ficaram depressivos por conta do afastamento social.

O projeto “Plantando Arte” traz arte, cor e vida para muitos que já foram vacinados e retomaram a participação nos grupos de convivência. “Como os idosos ficaram em casa por conta da pandemia, criamos esse projeto social e artístico para além de enfeitar a cidade, elevar a autoestima deles”, citou o secretário Anderson de Souza.

Galeria de arte urbana ‘Erastótenes Roberto Alves de Sousa’
A galeria localizada na passarela de pedestres do viaduto Nossa Senhora das Graças, que liga a Avenida Amaral Peixoto, no Centro, ao bairro Aterrado, faz parte do projeto ‘Corredor Cultural Urbano’, que prevê para 2022 a abertura de um palco para apresentação de música, sarau de poesia e teatro. Inaugurada em 19 de novembro de 2021, a galeria leva o nome do artista expressionista de Volta Redonda, Erastótenes Roberto Alves de Sousa. O artista desenvolveu trabalho voluntário na Coordenação de Saúde Mental do município, unindo arte ao tratamento psiquiátrico dos assistidos.

“A galeria de arte urbana é um exemplo da descentralização da arte no meio urbano. A ativação cultural através do graffiti em áreas da cidade com grande circulação de pessoas e que precisavam ser revitalizadas como, por exemplo, a cobertura da passarela do viaduto onde abriga a galeria, o muro da Cúria Diocesana e do clube Umuarama. É muito importante destacar que em um ano difícil de pandemia, nós da SMC trabalhamos em 2021 ‘Juntos pela Cultura’, porque é impossível pensar e fazer arte sozinho, e para isso, utilizamos o diálogo e contamos com as parcerias da Fundação CSN, Teatro GACEMSS e a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas)”, disse.

Atualmente, a galeria abriga a mostra fotográfica “Nossa História Passa Por Aqui”, com registros dos arquivos da prefeitura, a curadoria é da arquiteta e artista plástica Juliene de Paula. A exposição contém 47 painéis fixos na estrutura da passarela, confeccionados com material reciclado da própria prefeitura. O telhado da passarela ganhou um graffiti em homenagem ao pássaro Arigó, uma ave de migração símbolo da cidade, dando um colorido diferente ao espaço.

 

Foto: Divulgação/PMVR