Projeto sustentável visa diminuir o gasto do município com a coleta e transporte do lixo e promover educação ambiental

 

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SMDET), Sérgio Sodré, recebeu na tarde de sexta-feira (26) os responsáveis pela Dr. Catador, empresa de compostagem de lixo orgânico de Volta Redonda. O objetivo foi conhecer o trabalho desenvolvido por eles e debater uma parceria público-privado para transformar restos de alimentos em adubo no município. Participaram também da reunião, o secretário de Infraestrutura, Jerônimo Telles, o subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Lee, e o vice-diretor da Escola de Engenharia da UFF (Universidade Federal Fluminense), Afonso Aurélio.

A administração municipal, através do convênio, diminuiria gastos com o lixo – em torno de R$ 2 milhões mensais com coleta e transporte até o aterro sanitário que fica em Barra Mansa - e daria fim a alguns tipos de resíduos como os restos da poda de árvores, por exemplo. Em contrapartida, a empresa receberia um espaço para poder processar materiais, que também seria usado como Centro de Educação Ambiental.

“Este é o primeiro passo que estamos dando, iremos fazer uma nova reunião com a presença da Secretaria Municipal de Meio Ambiental, porém a nossa ideia é firmar esta parceria. Através deste trabalho, o município aumenta sua fonte de renda através do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) Verde; gerando renda, emprego e inovação. O prefeito Neto é um desenvolvimentista e nos deu uma missão; que é a de incentivar o capital intelectual e valorizar os talentos de Volta Redonda”, afirmou Sodré.

O idealizador da Dr. Catador, o biólogo e professor universitário Roberto Guião, ressaltou que a geração de resíduos e o seu fim são desafios da atualidade no Brasil, já que culturalmente as pessoas estão acostumadas a colocá-los em lixões e aterros, mas que esse não é o caminho.

“Nos países desenvolvidos eles nem existem mais; os resíduos são tratados para serem reinseridos nas cadeias produtivas. Hoje, o nosso lixo é 85% reciclável e estamos aterrando 98%; uma taxa pífia de reciclagem”, lamentou Guião, lembrando que apesar de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, que aponta para opções sustentáveis de tratamento, a lei ainda não emplacou no país, pela falta de apoio do Poder Público.

Ciclo sustentável


O engenheiro florestal Ciro Moura reforçou a necessidade do tratamento de resíduos, já que as políticas públicas caminham para que o lixo se torne gerador de renda e emprego. “Estamos falando do empreendedorismo climático, a economia verde. Trabalhamos com inovação, com atuação de bactérias. Ela consegue dar oportunidade e incluir pessoas que estão marginalizadas e até desqualificadas; diminuindo o desemprego”, apontou.

A Dr. Catador atua no recolhimento de resíduos orgânicos em casas, restaurantes e refeitórios de empresas e transforma esses materiais em adubo; cerca de 10 toneladas por mês, enquanto Volta Redonda gera 90 toneladas de lixo orgânico por dia. “Se isso fosse para o aterro sanitário iria virar gás metano e chorume, além de ter um gasto para o recolhimento e transporte desse lixo. Então estamos deixando de poluir, devolvendo um nutriente poderoso, além de não diminuir a vida útil do aterro”, finalizou Guião.

Foto: Divulgação/Secom 

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