Serviço de Acolhimento Familiar é voltado para crianças e adolescentes retirados de casa por violência ou violações de direitos

O Serviço de Acolhimento Familiar de Volta Redonda encerrou nesta semana a primeira etapa da capacitação dos candidatos à Família Acolhedora. A participação nas palestras torna as famílias aptas a receber as crianças e adolescentes retirados de casa por violência ou violação de direitos, dando uma alternativa à institucionalização. Neste ano, três famílias, com cinco pessoas no total participam da capacitação.

O curso inclui cinco oficinas, ministradas em cinco dias com duração de três horas diárias. Neste ano, a capacitação foi realizada nos dias 2, 3, 4 de março e segue nesta semana, nos dias 9 e 10, próxima terça e quarta-feira, das 8h30 às 11h30, na sede do Capd (Centro-Dia de Atendimento à Pessoa com Deficiência).

Na capacitação, os temas abordados são os conceitos, as diretrizes e as leis que dão garantias à Família Acolhedora; o que é proteção e vulnerabilidade; o perfil destas crianças e adolescentes; o perfil das famílias de origem; e a função do acolher. Pessoas que já fizeram parte do serviço são convidadas a dar palestras durante as oficinas.

Carla Cristina, moradora do bairro Água Limpa, de 20 anos, deu depoimento na oficina da última quinta-feira, dia 04. Ela tem duas primas, uma de dez e outra de sete anos, que foram acolhidas por oito meses. “A passagem pela família acolhedora foi muito importante para as meninas. Elas passavam por uma situação difícil em casa. Elas ficaram bem e este tempo foi importante para que o pai fosse preparado para assumir a criação das duas. Hoje, está tudo bem e, sempre que posso, também dou assistência a eles”, contou.

O Serviço de Acolhimento Familiar foi implantado em Volta Redonda, em 2012, no terceiro mandato de Antonio Francisco Neto como prefeito municipal. Inicialmente, o equipamento estava ligado à Fundação Beatriz Gama (FBG), passando à gestão da Secretaria Municipal de Ação Comunitária (Smac) em 2015. A mudança ocorreu pelo serviço ser política pública, prevista na Política Nacional de Assistência Social do Governo Federal.

Desde a implantação, 25 famílias do município foram capacitadas como Famílias Acolhedoras, recebendo 21 crianças e adolescentes. Hoje, Volta Redonda conta com quatro Famílias Acolhedoras na ativa e uma prestes a iniciar o convívio com um bebê. Além destas, mais quatro estão aptas para o serviço de acolhimento.

O primeiro passo para se tornar uma Família Acolhedora é se inscrever por meio do site oficial da Prefeitura de Volta Redonda, portalvr.com. O candidato precisa residir em Volta Redonda; ter mais de 25 anos; ter disponibilidade para participar do processo de formação e das atividades do serviço; não ter interesse em adoção; e possuir renda familiar compatível.

A partir daí, a equipe do Serviço de Acolhimento Familiar, formada por duas psicólogas e assistente social iniciam o período de triagem que começa com conversa pelo telefone. Em seguida, é feita uma visita domiciliar para avaliação do espaço de convivência e mais uma conversa com a família interessada para esclarecer as normas e objetivos do programa.

Luciana Barbosa de Assis, de 49 anos, passou por todas estas etapas e, agora, faz a capacitação para estar apta a acolher uma criança ou adolescente. “Foi pelo site da prefeitura que conheci o ‘Família Acolhedora’. Entrei para resolver uma questão relacionada ao IPTU e, agora, me emociono a cada depoimento nesta capacitação. Estou segura de que tomei a decisão certa. Vi no serviço de acolhimento uma oportunidade de ajudar, de fazer um trabalho social”, falou, acrescentando que trabalha em casa, dando aulas virtuais de português e espanhol, e tem um filho de 16 anos, Antônio, que apóia a decisão da mãe.

A coordenadora do Serviço de Acolhimento Familiar em Volta Redonda, Ana Cláudia de Lima Domingues, explica que a Família Acolhedora tem a guarda provisória da criança ou adolescente, por no máximo um ano, até que ela retorne à família de origem, ou seja, preparada para adoção.

Neste período, o serviço de acolhimento garante convívio familiar e assistência pertinente ao seu desenvolvimento, como frequentar a escola e os cuidados com a saúde. Além disso, estas famílias recebem orientação contínua de profissionais de Psicologia e Serviço Social.

“Enquanto a criança ou o adolescente está com a Família Acolhedora, o serviço garante suporte à família de origem com acompanhamento de equipe multidisciplinar, recebendo o apoio e a assistência necessária, objetivando melhorar a situação social e de saúde”, contou Ana Cláudia.


Foto: Divulgação/PMVR 

Pin It