Presos terão oportunidade de trabalho na limpeza urbana de Volta Redonda 

A Prefeitura de Volta Redonda firmou uma parceria nesta semana com as duas cadeias públicas da região Sul Fluminense: unidade penitenciária Luiz Fernandes Bandeira Duarte, localizada no distrito de Bulhões, em Resende, e unidade Franz de Castro Holzwarth, situada no bairro Roma, em Volta Redonda. O objetivo é integrar detentos do regime semiaberto no mercado de trabalho, mas também oferecer a outros do regime fechado cursos profissionalizantes, através da Fundação Beatriz Gama (FBG).

Inicialmente, doze detentos da Cadeia Pública de Resende, que cumprem pena em regime semiaberto, terão oportunidade de emprego na capina e limpeza urbana de Volta Redonda. Ao serem reintegrados ao mercado de trabalho, os detentos terão uma nova chance de ressocialização na sociedade e redução da pena. A remuneração pode chegar a um salário mínimo, mas os contratos são estabelecidos por meio de uma empresa gestora que representa as unidades penitenciárias do estado.

Em governos anteriores, o prefeito Antonio Francisco Neto (DEM) fez parcerias semelhantes para profissionalização e reinserção de detentos ao convívio social, a partir do trabalho.

“Vamos dar uma chance a essas pessoas, sob supervisão e acompanhamento. Precisamos de mão de obra nos serviços de capina e limpeza. Essas ações visam à melhoria da condição de vida da população e são um ponto de partida para que os detentos tenham uma nova vida. Não podemos fechar os olhos nessa questão. Todos acham que aquele problema não é nosso, mas é”, disse Neto.

Já aos presos da Cadeia Pública de Volta Redonda serão ofertados cinco cursos profissionalizantes: panificação; informática; pintura em geral; fabricação de vassouras com materiais recicláveis e aulas de violão.

A previsão, segundo o diretor-presidente da Fundação Beatriz Gama (FBG), Vitor Hugo Gonçalves de Oliveira, é de que os cursos sejam iniciados ainda neste mês na unidade. O primeiro curso a ser oferecido será o de panificação.

“Inicialmente serão cinco cursos, nós iremos até a cadeia pública de Volta Redonda na semana que vem verificar o local onde poderão ser inseridas as aulas. A direção da unidade irá fazer a triagem dos interessados na programação dos cursos, a finalidade dessa parceria é profissionalizar e inseri-los futuramente no mercado de trabalho. Vamos dar chance aos que querem ter uma nova oportunidade na sociedade”, disse Vitor Hugo.

O diretor da Cadeia Pública de Volta Redonda, Paulo Roberto Santos Ramos, informou que mais de 300 detentos estão no local. A unidade possui uma Central de Audiência de Custódia, além das prisões em flagrante na região.

A audiência de custódia garante a apresentação rápida do preso em flagrante ao juiz, que analisa a prisão sob os aspectos da legalidade, necessidade e adequação da sua continuidade ou da eventual concessão de liberdade, com ou sem a imposição de outras medidas cautelares.

“Esse número é bem instável, pois os detentos que vão para a unidade ainda não foram condenados. Mas a partir da condenação judicial, eles vão para outra unidade no estado do Rio para cumprir a pena determinada”, explicou o diretor.

O coordenador das cadeias públicas no estado do Rio, Marcos Gomes Rocha, citou que a prática de parcerias com prefeituras e empresas privadas na contratação de presos para mão de obra é comum e viável para a reintegração.

“Essas práticas ajudam para que os presos não sejam reinseridos no sistema prisional. Na região, as Prefeituras de Resende e Itatiaia já possuem essa parceria com o sistema prisional para a reinserção dos presos no mercado de trabalho com a possibilidade de profissionalização”, disse.

Foto: Divulgação/PMVR

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