
Espetáculo ‘O Mundo Não é Só Redondo’ marcou o encerramento das atividades anuais das oficinas de teatro do CAPD
O Teatro Gacemss, na Vila Santa Cecília, recebeu na tarde dessa quarta-feira (19) a apresentação do espetáculo “O Mundo Não é Só Redondo”, protagonizado pelos usuários do Centro-Dia para Pessoa com Deficiência (CAPD) Lucas José Villela Braga, da Prefeitura de Volta Redonda. A montagem foi o resultado de um ano inteiro de atividades formativas desenvolvidas nas oficinas de teatro promovidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Smas), em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
A oficina, conduzida pela professora Beatriz Bastos, fez parte do conjunto de ações voltadas a ampliar as habilidades artísticas, sociais e pessoais dos participantes. Ao longo dos encontros, foram trabalhados aspectos como expressão corporal, criatividade, comunicação e convivência, fortalecendo a autonomia e o protagonismo dos usuários.
“Foram quatro meses de ensaio, com encontros uma vez por semana, uma hora por dia, até chegar à apresentação”, ressaltou a professora.
A ida ao teatro representou para muitas famílias um marco importante, ao permitir que o público conhecesse de perto o talento e o empenho dos participantes durante todo o processo de criação do espetáculo. O envolvimento dos usuários foi integral, desde as cenas até a vivência no palco, o que contribuiu para que a apresentação ganhasse identidade própria.
“É uma forma de aproveitar o fato dela ser muito comunicativa, sabe? Ela adora, é muito bom para o desenvolvimento dela. Ano passado eu perdi a apresentação, porque passei mal e quando voltei já estava na hora dos aplausos. Aí eu falei: ‘Esse ano eu não vou perder’. Estou toda arrepiada, porque é ótimo, é maravilhoso ver um filho da gente desenvolver da forma que eles vêm desenvolvendo. Só uma mãe que tem um filho que tem necessidades especiais sabe o quanto é gratificante ela estar desenvolvendo no CAPD. E é bom demais ver que a minha filha está tendo essa oportunidade, com certeza estou toda arrepiada”, contou Yolanda da Conceição Albano Raimundo, moradora do bairro Vila Mury e mãe da Dandara Raimundo, usuária do CAPD há 18 anos.
Com uma narrativa que aborda diferentes formas de perceber o mundo, a peça levou ao palco sensações, movimentos, cores e perspectivas diversas, valorizando a individualidade de cada integrante e reforçando a mensagem de inclusão e respeito às diferenças.
“Ela fala o tempo inteiro do teatro. Uma atividade dessa muda muita coisa, porque ela é muito agitada, e o CAPD a tranquiliza, ocupa a mente dela. Eu fico muito feliz, choro e tudo. São 24 horas comigo. Levantar, dormir, médico, tudo eu. E ver ela no palco sozinha, sem a ajuda de ninguém, é uma alegria tremenda. É uma independência. Ela gosta e eu também”, relata Joana Darc dos Santos, tia da usuária do CAPD, Jenifer Fernanda, moradoras do Roma II.
Transformação
A coordenadora do CAPD, Beth Melo, destacou a transformação proporcionada pela vivência teatral. “O trabalho desenvolvido ao longo do ano ampliou as possibilidades de expressão dos nossos usuários. Cada etapa representou uma descoberta, e o resultado no palco mostrou a força da inclusão e da arte na vida de cada um deles.”
A secretária municipal de Assistência Social, Rosane Marques, também ressaltou a emoção coletiva vivenciada durante a apresentação. “Foi um momento que tocou profundamente todos os presentes. Ver os usuários se expressando com tanta sensibilidade e coragem nos encheu de orgulho. A energia no teatro mostrava o quanto essa conquista foi significativa para cada participante.”
Fotos de Geraldo Gonçalves – Secom/PMVR.
