Jovelina da Silva faz parte do Grupo Esperança, direcionado a pessoas acima de 60 anos, com atividades que estimulam a cognição; encontros acontecem uma vez por semana

Transcender os 100 anos de vida com saúde e lucidez não é para qualquer um. A centenária Jovelina Balbino da Silva conseguiu um marco: alcançou 101 anos de vida com muita vitalidade. A aposentada participa ativamente do grupo de convivência do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) Rústico – vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social (Smas) de Volta Redonda.

O Grupo Esperança é aberto à comunidade, sendo dedicado a pessoas acima de 60 anos. Os encontros acontecem às terças-feiras, às 15h, no salão da Igreja Batista Central, na Vila Santa Cecília, com atividades que estimulam a cognição dos idosos: arte, jogos de tabuleiro e música. Jovelina se diz grata, principalmente, pelo convívio com os amigos.

“Eu gosto de estar no grupo, o convívio com as irmãs e os irmãos é muito gostoso. Em casa, eu fico pensando no meu grupo, aqui todo mundo se entende, todo mundo é igual. Isso é muito bom! Eu participo das viagens da Melhor Idade e minha filha também. A gente aproveita bastante”, diz Jovelina.

Criado em janeiro de 1996, o Grupo Esperança oferece também aos participantes evangélicos atividades devocionais com cantos. Atualmente, 45 idosos de diversos bairros frequentam regularmente as reuniões semanais, sob a coordenação de Cristina Epifanio.

Jovelina é a mais experiente do grupo. Com apoio de uma bengala, ela sempre chega acompanhada pela filha Sulamita Silva. Sua cadeira fica reservada; quando ela entra, todos a cumprimentam num gesto de carinho. A idosa pertence à Igreja Batista, assim como grande parte da sua família. Perguntada sobre o ingrediente ou o segredo para ultrapassar os 100 anos de existência, ela, sem hesitar na resposta, cita o amor de Deus.

“O segredo para chegar aos 101 anos? Ah, minha filha, eu acho que é o amor de Deus por nós aqui, porque sem Ele nós nada somos. Então, se estamos até aqui, com essa idade, é porque Ele nos permitiu. Não há segredo, o segredo é somente este”, destaca.

A centenária chegou a esta idade sem nenhuma doença ou complicações de saúde. Todas as taxas de colesterol, glicose, hemácias e outras sob controle. A audição ficou um pouco comprometida ao longo dos anos, porém com a ajuda de um aparelho no ouvido esquerdo ela consegue escutar.

Genética longeva

A genética da família de Jovelina Balbino da Silva tem o “DNA da longevidade”, sua tia tem 104 anos. A mãe da aposentada faleceu aos 95. Criada numa grande família com 10 irmãos, Jovelina nasceu na cidade de Castelo (ES). Depois se mudou para o Rio de Janeiro para estudar, fez o curso de contadora, prestou concurso público para o Ministério da Educação e foi aprovada.

Sua trajetória no trabalho foi como inspetora do ensino e, com isso, pôde percorrer alguns estados brasileiros trabalhando em unidades escolares. A filha Sulamita Silva Cezário acredita que, além do fator genético, os hábitos saudáveis adquiridos em outras épocas possam ter contribuído para conquistar os 101 anos de vida.

“Minha mãe não teve a oportunidade de estudar na cidade onde nasceu. Lá, ela ajudava a família na lavoura. Quando os irmãos foram para o Rio trabalhar, ela pediu permissão aos pais para estudar e se mudou. As irmãs dela – minhas tias – têm 90 e 93 anos. Uma mora em Brasília e outra em Londrina (PR)”, comenta a filha Sulamita.

Curiosidades da centenária

A centenária Jovelina Balbino da Silva não dispensa uma Coca-Cola gelada e um bom torresmo. É vaidosa, gosta de comprar vestidos e sapatos novos. A programação preferida é ir à igreja e frequentar o Grupo Esperança. Jovelina também formou uma grande família com seis filhos, sendo quatro vivos, 12 netos e 22 bisnetos.

“Ela também ama macarrão, jiló, angu e quiabo. Isso não pode faltar nas refeições dela. A rotina dela é tirar uns bons cochilos à tarde, assistir TV, principalmente, quando há na programação novelas de época. Minha mãe não tem problemas de insônia, dorme muito bem e acorda quando quer”, conta a filha Sulamita.

Uma das atividades em casa que a aposentada gosta de fazer é passar roupa. A filha ainda destaca que a mãe, de 101 anos, tem uma mente pensante, idealiza as tarefas com muita lucidez.

“Ela é ordeira com o pagamento dela e com seus medicamentos. Toda a família fica atenta com a sua saúde. Durante as reuniões do Grupo Esperança, ela até usa uma bengala, pois tem medo de alguém esbarrar nela e cair. Mas em casa ela anda sem esse apoio e ainda toma banho sozinha”, finaliza Sulamita Silva Cezário.

O relato de Jovelina Balbino da Silva encerra esta temporada da série “Gratidão Não Prescreve”, da Prefeitura de Volta Redonda, realizada pela Secretaria Municipal de Comunicação (Secom), com histórias de gratidão de pessoas que receberam algum atendimento ofertado pela administração municipal e são gratas pelo acolhimento.

Foto de Cris Oliveira – Secom/PMVR.

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