Da Europa para Volta Redonda: professor de dança carioca conta trajetória na carreira e como escolheu a cidade para viver
Rafael Silva Ferreira Mendes, morador do bairro Aterrado, destaca a segurança e o acolhimento como alguns dos motivos que o fizeram ficar no município do interior do Rio, após morar e trabalhar na Alemanha
Com uma vida dedicada à arte da dança, inclusive com apresentações em espetáculos na Europa, o carioca de nascença Rafael Silva Ferreira Mendes, de 44 anos, morador do bairro Aterrado, em Volta Redonda, chegou à cidade do interior do estado em uma dessas situações que a vida impõe, mas gostou tanto que acabou ficando e aqui decidiu viver e trabalhar.
“Eu nem conhecia Volta Redonda. Eu sou natural do Rio de Janeiro e aos 23 anos eu fui para a Alemanha, dançar em espetáculo com o corógrafo Jaime Arôxa, em Berlim. E lá eu conheci minha esposa, que é gaúcha, mas veio para Volta Redonda quando tinha 8 anos de idade. Então a gente se conheceu lá, vários anos morando na Europa, trabalhando com dança. Depois que a gente se conheceu, a gente passou a dançar junto, trabalhar junto”, lembra Rafael, que é formado em Pedagogia, tem formação técnica em Dança, foi aluno do Theatro Municipal do Rio de Janeiro – com formação em Ballet Clássico –, e foi aluno da Escola de Dança Jaime Arôxa, com formação técnica em Dança de Salão.
Em 2007, o casal teve que vir para Volta Redonda por questões de saúde na família e foi então que os dois resolveram abrir uma escola de dança juntos. “E foi um grande sucesso nas primeiras semanas já, e aí a gente acabou ficando. Hoje essa escola já está com 16 anos e já passaram por nós mais de mil alunos”, conta Rafael, conhecido na cidade também como “Rafael da Dança”, e que trabalha atualmente com dança de salão voltada mais para a área da saúde da pessoa idosa, tanto na Academia República do Movimento, que hoje é da esposa, quanto na Fundação CSN, por meio do projeto Os Bailes da Vida.
Mas só o trabalho não seria o bastante para Rafael decidir viver em Volta Redonda. Ele conta que outros fatores e particularidades da cidade fizeram a diferença na hora de criar raízes.
“Eu estava vindo da Europa e o Rio de Janeiro é muito violento. Então (influenciou) a segurança de Volta Redonda, de poder acabar de dar aula – a gente que trabalha à noite – e sair tranquilo da academia, sem medo de entrar no carro, e a cidade muito limpa. Acho que a segurança e essa questão da limpeza, da cidade organizada, que eu fiquei acostumado na Europa, me atraíram muito, de não querer voltar para o Rio e me estabelecer aqui na cidade. Além disso eu acho muito bacana que aqui a maioria das pessoas se conhecem, então isso é muito legal, e eu nunca vivi isso”, explica o volta-redondense de coração, acrescentando:
“O acesso ao Poder Público também. Hoje, se tenho uma questão de cultura, eu consigo marcar uma reunião com o secretário de Cultura. Se tenho uma questão de meio ambiente, eu acho que consigo marcar uma reunião com o secretário de Meio Ambiente. Acho que o Poder Público é acessível a gente, sabe? Até o próprio prefeito mesmo. Às vezes, tem coisas relevantes e você vê que ele abre as portas para ouvir as pessoas. Isso nunca vi em outros lugares.”
Perguntado sobre como definiria Volta Redonda para sua vida, Rafael afirmou não conseguir resumir em apenas uma frase, e destacou o lado acolhedor do povo da cidade. “Volta Redonda pra mim é acolhimento. Eu fui muito bem acolhido aqui e eu vejo que todo mundo que vem se estabelecer em Volta Redonda é bem acolhido, que é uma coisa que não vi na Europa, nos países que eu morei. Foi difícil conseguir abertura, ser acolhido lá. Em Volta Redonda não, logo que eu cheguei já fui abraçado.”
Assim com Rafael, vários outros moradores vêm tendo suas histórias contadas através da série “Volta-redondense de Coração”, desenvolvida pela Secretaria Municipal de Comunicação (Secom). O objetivo é apresentar relatos de pessoas que escolheram a cidade para morar e viver.
Fotos de Adriana Cópio – Secom/PMVR.