‘Volta-redondense de coração’, mineiro Sebastião Faria conta trajetória de vida ligada à ‘Cidade do Aço’

Vice-prefeito e diretor do Hospital São João Batista, o Engenheiro Faria relata sua carreira na CSN, em autarquias municipais e na política ao lado do prefeito Neto

No último episódio da primeira temporada da série “Volta-redondense de Coração” – da Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) –, o mineiro Sebastião Faria de Souza, que nasceu no município de Belmiro Braga e foi criado em Juiz de Fora, conta como decidiu vir para Volta Redonda e fala um pouco sobre sua trajetória profissional, que se mistura com a própria história da “Cidade do Aço”. Para quem ainda não reconheceu, trata-se do Engenheiro Faria (ou só Faria para outros), vice-prefeito de Volta Redonda e diretor-geral do Hospital São João Batista.

Engenheiro civil e eletricista de formação, Faria, quando cursava o quarto ano da faculdade, em 1962, visitou com sua turma a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), em Volta Redonda, percorrendo diversas áreas da empresa, incluindo o canteiro de obras do Escritório Central, e ficou empolgado com tantas atividades como a laminação e o setor de ciaria. Mas foi no fim da tarde, no horário de saída dos funcionários, que o engenheiro se encantou pela cidade que ali crescia.

“Já era por volta das 17h, fizemos um lanche no hotel e eu, que sou muito curioso, saí para ter uma panorâmica da empresa. E foi no momento que o pessoal das 17h15 estava saindo, aquela quantidade de gente de bicicleta. Eu ali senti um orgulho muito grande daquela pujança da empresa, a primeira que eu vi de grande porte. E pensei comigo, naquele momento: ‘Eu vou trabalhar aqui nessa empresa’”.

O tempo passou e, no quinto e último ano do curso de Engenharia, o formando conta que fez uma prova para ingressar no quadro de funcionários da Petrobras – que na época recrutava futuros engenheiros nas universidades federais. E algum tempo depois, faltando cerca de um mês para a colação de grau, outra oportunidade surge: seleção da CSN publicada no caderno de Classificados do Jornal do Brasil. E mais uma vez visitou Volta Redonda, onde participou da prova da companhia.

“Faltando duas semanas para colar grau, recebo, por coincidência, telegramas da Petrobras e da CSN, que eu tinha sido aprovado. Pela Petrobras, tinha que trabalhar em Salvador (BA). Fiquei em dúvida, porque a Petrobras já era uma grande empresa, e os colegas diziam para eu ir, que o salário era melhor. Mas aquela visita (a Volta Redonda) ficou marcada pra mim e acabei decidindo vir para cá. Cheguei aqui no dia 1º de janeiro de 1964”, lembra Faria.

Carreira na “Cidade do Aço”

Na CSN, Faria trabalhou por 30 anos, iniciando na área de manutenção e ocupando diversas funções na hierarquia da companhia ao longo dos anos, sendo o último presidente do período em que a empresa ficou sob comando do Estado.

“Tinha um orgulho muito grande de ter ocupado todos os degraus. Fui chefe de divisão, de departamento, e fui o último presidente estatal da empresa. Tenho muito orgulho, porque, como presidente, eu a passei para a iniciativa privada com a maior produção de toda a história da empresa, maior produção siderúrgica do Brasil”, conta o engenheiro.

Serviço público

A ligação com o serviço público municipal vem 1997, quando o Engenheiro Faria foi convidado pelo prefeito Antonio Francisco Neto para assumir o comando de duas autarquias simultaneamente: o IPPU-VR (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Volta Redonda) e a antiga Suser (Superintendência de Serviços Rodoviários), atual Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana (STMU).

“Fizemos muita coisa nesse período que eu fiquei nas duas autarquias. Tive a responsabilidade pelo projeto e a obra do novo estádio Raulino de Oliveira, o Estádio da Cidadania; construímos 13 ginásios poliesportivos; a Radial Leste; e a ampliação do Viaduto Nossa Senhora das Graças”, detalha o, agora, gestor público, acrescentando detalhes sobre essa última obra:

“O viaduto foi inaugurado em 1966 e naquela época tinha muita carroça em Volta Redonda. Então fizeram a faixa segregada só para carroça. O tempo passou, o número de carroça diminui, e aquela faixa segregada ficou ociosa. Aí fiz uma proposta ao prefeito de acabar com aquela faixa segregada e fazer uma pequena ampliação, de um metro e meio, que dava a possibilidade de fazer duas faixas de rolamento. Nós dobramos a capacidade do viaduto e, ao mesmo tempo, fizemos a alça para conectar com outra obra de engenharia, o atual Viaduto Arquiteto João Ravache.

Sebastião Faria também se destacou com outras importantes intervenções, como a implementação de faixa em sentido contrário na Avenida Getúlio Vargas e na Rodovia dos Trabalhadores; e o Viaduto Álimo Antônio Francisco, no bairro Conforto. Mesmo após o período na administração municipal, a carreira de Faria no serviço público continuou com Neto quando os dois foram trabalhar no Detran (Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro), onde ficou por dois anos.

Ingresso na Saúde

O trabalho em parceria com Neto foi tão positivo que Faria, em 2009 – quando o prefeito se elegeu pela terceira vez como chefe do Executivo Municipal –, foi convidado para assumir a direção do Hospital São João Batista (HSJB).

“Aceitei o desafio e implantamos o Banco de Sangue (Hemonúcleo) e fizemos mais uma enfermaria cirúrgica. E o Neto me entregou, na época, a coordenação do projeto e obra do Hospital Regional, um hospital moderno, com o preço de metro quadrado (da obra) mais baixo na época: R$ 2.600 por metro quadrado, enquanto o preço praticado em outros hospitais semelhantes era de R$ 5 mil, R$ 6 mil”, cita Faria, que segue no comando do HJSB.

Vida política

O início na carreira política vem em 2020, quando Faria é convidado por Neto para vir como candidato a vice-prefeito durante convenção do partido para formalização da candidatura do atual prefeito.

“Depois da convenção, fomos almoçar e ele me convidou para ser o vice, e foi surpresa para mim. Estamos aí até hoje, neste sexto mandato, e o Neto é uma pessoa que eu agradeço muito por ter dado a oportunidade de servir à minha cidade. Tenho uma admiração grande pelo Neto, pela parte de gestão e a amizade que temos muito forte”, afirma Faria, que está vice-prefeito desde 2021.

Com toda essa trajetória, o mineiro de nascença Sebastião Faria já é considerado um verdadeiro volta-redondense de coração, tendo grande parte de sua vida se fundindo com o crescimento da cidade, que completou 71 anos neste mês de julho.

“Estou aqui há mais de 60 anos, onde construí a minha família, criei meus filhos, onde tive, primeiramente, a possibilidade até de ser presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, uma empresa que tenho muito orgulho de ter trabalhado, e na Prefeitura de Volta a Redonda, que já são 28 anos, e está na alma esse amor à cidade”, conclui Faria.

A história do vice-prefeito encerra a primeira temporada da série “Volta-redondense de Coração”, desenvolvida pela Prefeitura de Volta Redonda, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação, e que contou relatos de pessoas que, apesar de não terem nascido na cidade, escolheram Volta Redonda para viver e morar.

Fotos de Adriana Cópio – Secom/PMVR.

Pin It