‘Projeto Mulheres Mãos à Obra’ forma mais três turmas em construção civil
Entrega dos diplomas acontecerá na próxima quarta-feira, dia 16, na Câmara Municipal de Volta Redonda
O projeto “Mulheres Mãos à Obra”, da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) em parceria com a Fevre (Fundação Educacional de Volta Redonda), está se preparando para formar mais três turmas de mulheres no curso gratuito em construção civil. A formatura acontecerá nesta quarta-feira, dia 16, a partir das 18h, na Câmara de Vereadores, no bairro Aterrado.
Após cerca de quatro meses frequentando as aulas práticas e teóricas no CQP (Centro de Qualificação Profissional) do bairro Aero Clube, as alunas estão se formando em eletricista predial, pintura predial, técnicas básicas de construção civil e solda com eletrodo revestido e oxicorte.
A secretária municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos, Glória Amorim, lembra que o projeto começou há vários anos e tem atraído visitantes de outros municípios para conhecer este trabalho.
“Recentemente recebemos uma delegação de Mogi das Cruzes (SP). Outros municípios têm sido atraídos para Volta Redonda no intuito de conhecer o projeto de qualificação das mulheres, olhando-o como um modelo para eles a nossa estrutura que atende as mulheres. Querem saber também como começamos e os benefícios que já alcançamos. Digo a eles que o nosso objetivo é formar as mulheres, gerar oportunidade para elas no mercado de trabalho, afastando-as do ciclo de violência doméstica e familiar, dando-lhes autonomia pessoal e financeira de ter uma nova profissão e gerar rendas. Os salários são bons nesse mercado da construção civil”, afirmou Glória Amorim.
O diretor do Centro de Qualificação Profissional, Eiji Yamashita, destacou que as formandas deste primeiro semestre que completaram os cursos foram fortes, fizeram muito esforço, tiveram muito foco porque queriam aprender uma nova profissão para a vida.
“No início das aulas inaugurais recebemos a visita de uma representante de Recursos Humanos da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) que pretende fazer uma seleção entre as formandas para contratação, mas já temos algumas mulheres trabalhando em empresas da cidade. Elas vão sair e encontrar um mercado aquecido que está precisando dessa mão de obra. Os cursos do ‘Mulheres Mãos à Obra’ são gratuitos, sendo que o poder público garante vale transporte, lanche, equipamento de proteção individual e todo o material usado durante os cursos”, frisou.
Além das aulas, as alunas participaram de rodas de conversa com a equipe de assessoria técnica da SMDH, palestras com profissionais do Sebrae, dois dias de capacitação por empresas do Grupo Saint-Gobain com novas tecnologias e produtos novos que chegaram ao mercado da construção civil.
Dedicação e força na aprendizagem
Nesta semana, as alunas farão o teste final de avaliação antes da concessão dos certificados, mas já se sentem preparadas para o desafio do novo mercado de trabalho.
“Eu gosto dessa área de solda e tenho expectativa de contratação em breve na indústria. Os salários são bons. O professor teve toda a paciência para nos ensinar, esclarecer dúvidas. É um curso básico onde aprendemos além do esperado. E não tem essa de mercado somente para os homens, as mulheres estão dominando também e concorrendo. O curso de solda é caríssimo fora. Este é gratuito e um curso de qualidade. Nem todas as pessoas tem a oportunidade que tivemos”, ressaltou a aluna de Solda, Amanda Machado Sacramento, de 38 anos, mãe de um menino de nove anos, solteira atualmente, moradora do bairro Sessenta.
Elisângela Fátima de Paula, 49 anos, arquiteta e engenheira de segurança no trabalho, também escolheu a solda para fazer parte na construção civil.
“A minha sobrinha, Marília, fez no ano passado o curso básico de Pedreira de Alvenaria, gostou tanto que acabou me convencendo para fazermos juntas a Solda com Eletrodo. O curso é muito bom pelas técnicas que nos passam, mas tem que ter dedicação e o controle das mãos. Estou na expectativa que uma grande empresa possa abrir as portas porque o mercado está aquecido. Encaro qualquer obra. Gosto de trabalhar”, disse.
Já Grasielle Santos, de 40 anos, moradora da Vila Americana, optou pelo curso básico de Técnicas da Construção Civil (este curso ensina bombeira hidráulica, pedreira de alvenaria e pedreira de acabamento e revestimento predial):
“Quero justamente entrar na construção civil. A mulher tem o cuidado de fazer as coisas com mais dedicação, mais atenção. Não podemos ficar pensando somente em dinheiro. Nós somos o lado sutil da brutalidade, da delicadeza. A mulher representa a beleza feminina na construção civil e tem competência de fazer um trabalho bem feito, de grande utilidade”, afirmou Grasielle.
Fotos de divulgação – Secom/PMVR.