Zoológico recebe muitos dessa espécie, vítimas de atropelamentos ou agressões. Época chuvosa favorece procura por alimento e abrigo próximo às residências

Durante a estação chuvosa, entre os meses de outubro e abril, onde as temperaturas e os índices de umidade são mais altos, é comum avistarmos na cidade e nas estradas, com maior frequência, os gambás. Isto acontece, porque estas são as condições que favorecem fartura de água e alimento, induzindo, assim, o período reprodutivo destes animais, que pode durar o ano inteiro.

De acordo com o setor de Biologia do Zoológico Municipal de Volta Redonda (Zoo-VR), frequentemente o zoológico recebe muitos gambás, em sua maioria vítimas de atropelamento e filhotes órfãos de mães atropeladas ou agredidas. Os animais recebem os cuidados necessários até estarem aptos a voltarem para a natureza.

“São animais adaptados e vivem próximos aos seres humanos, utilizando o perímetro urbano para deslocamento, alimentação e descanso. Devido a esta condição, muitos gambás são atropelados em vias públicas, sofrem choques elétricos em fiações, são atacados por cães, ou são vítimas de maus tratos por pessoas que os agridem ou matam ao confundi-los com ratos, ou apenas porque não os conhecem”, explicou o biólogo Jeferson de Paula Miranda, que trabalha no zoológico.

Jeferson ressalta ainda que os gambás possuem um papel importante na natureza, pois se alimentam de frutas (funcionando como dispersores de sementes), de restos de alimento, e de ratos, escorpiões, cobras venenosas, baratas, carrapatos, pombos, entre outros, controlando pragas urbanas. Eles se instalam onde conseguem água, alimento e abrigo, portanto podem chegar até nossas residências atrás de restos de alimento ou atraídos pela presença destas pragas, que por sua vez são atraídas pelo acúmulo de lixo e ambientes sujos. Também é comum se esconderem em casas após incêndios em áreas de mata, seja fugindo do fogo ou em busca de alimento e abrigo.

“Ao encontrar algum gambá adulto em sua residência, mantenha o ambiente silencioso e com alguma saída livre para que ele saia por conta própria, quando se sentir seguro, geralmente à noite. Caso o animal permaneça no local, faça contato com o Corpo de Bombeiros para capturá-lo e levá-lo para alguma área verde próxima do local, porém afastada das residências ou, encaminhá-lo para o Zoológico Municipal de Volta Redonda, para avaliação e cuidados, se assim for necessário”, alertou o biólogo.

Maus-tratos é crime


Vale lembrar que, segundo a Lei Federal de Crimes Ambientais (Lei Nº 9.605/98), é crime ambiental matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida, sob pena de detenção de seis meses a um ano, e multa, podendo ser aumentada de metade, se o crime for praticado durante a noite, com abuso de licença, em unidade de conservação ou podendo ser aumentada até o triplo, se o crime decorrer do exercício de caça profissional.

Também é crime ambiental praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, sob pena de detenção, de três meses a um ano, e multa, podendo ser aumentada de um sexto a um terço, se ocorrer morte do animal.

 

Foto: Cedida pelo Zoo-VR

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