Secretária Glória Amorim destacou estrutura pública para acolher mulheres vítimas de violência

A Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) de Volta Redonda repudia o crime de feminicídio praticado contra Rosely Lima Ferreira Dutra, de 29 anos. O acusado, seu companheiro, um homem de 36 anos, foi preso em flagrante por agentes da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) como o principal suspeito. A morte, segundo o laudo pericial, foi provocada por “asfixia e enforcamento”. Uma das causas do feminicídio é a questão de gênero, praticado contra a mulher pelo simples fato de ser mulher.

A secretária da SMDH, Gloria Amorim, comentou o trágico crime e falou da rede pública de apoio e acolhimento à mulher em situação de violência doméstica no município: "Volta Redonda conta com uma rede articulada para atendimento e acolhimento às mulheres vítimas de violência doméstica”.

A rede é composta pela Defensoria Pública; Promotoria da Justiça junto ao Juizado Especial da Violência Doméstica e Familiar; Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam); Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres e Direitos Humanos; Patrulha Maria da Penha; Guardiões da Vida (Polícia Militar); Casa Abrigo; setor de Saúde Mental, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS); e os serviços sociais.

“A luta é grande. O nosso foco é a construção de uma sociedade justa e humana, que respeite a mulher como ser humano", enfatizou Glória Amorim.

Prisão em flagrante

A secretária municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos elogiou o trabalho da equipe de policiais da Deam, que tem à frente a delegada Juliana Almeida, que agiu rápido para evitar a fuga ou a impunidade do suspeito, e foi solidária ao sofrimento dos familiares.

“Nós queremos prestar a nossa solidariedade e sentimentos aos familiares de Rosely. E lamentar profundamente os sentimentos machistas de alguém que trata a mulher como o seu objeto, sem nenhum respeito pela vida humana. Sentimos muito que a jovem Rosely não tenha procurado ajuda na rede pública antes desse trágico acontecimento, que deixou a nós, mulheres, numa profunda revolta com esse crime monstruoso que poderia ter sido evitado”, disse a secretária Glória Amorim.

Ceam oferece assistência jurídica, psicológica e social

A SMDH tem ainda o Ceam (Centro Especializado de Atendimento à Mulher), que funciona no segundo andar da sua sede, na Rua Antonio Barreiros, 232, bairro Nossa Senhora das Graças, e que pode ser contactado pelos telefones 3339-9215 e 3339-9025, funcionando de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

A coordenadora do Ceam, Vanilda Coutinho, informa que o órgão público presta serviços de assistência jurídica, psicológica, social, de orientação e informação para a mulher em situação de violência doméstica, e fez duras críticas ao comportamento machista que levou ao crime contra Rosely Lima Ferreira Dutra.

“O feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de mulher. Suas motivações são o ódio, o desprezo, ou o sentimento da perda de controle e da propriedade sobre as mulheres, que são tratadas como objeto e não como ser humano que são. Existem muitas razões para uma mulher não conseguir romper com um relacionamento violento. O maior de todos os desafios é justamente romper a relação, e procurar ajuda. O relacionamento abusivo é vivido com vergonha e medo. Além da esperança da mulher de que o seu companheiro ou namorado mude de comportamento”, exemplifica.

Vanilda Coutinho ressalta que muitas vezes a vítima está isolada da sua rede de apoio, isolada dos familiares, ou sente-se envergonhada e ameaçada para registrar a denúncia. E acrescenta: “Não podemos julgá-la por isto. Ela não deveria viver num ambiente de hostilidade, xingamentos, ameaças constantes, agressões físicas e psicológicas".

Foto de arquivo – Secom/PMVR.

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