Objetivo é avaliar o desempenho e o nível de aprendizado dos matriculados na capacitação que conta com 50 horas

Alunos do curso básico de Libras (Língua Brasileira de Sinais) oferecido pela Prefeitura de Volta Redonda, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD), estão sendo submetidos a uma avaliação nesta semana. As provas estão ocorrendo no UGB (Centro Universitário Geraldo Di Biase), no Aterrado. O objetivo é avaliar o desempenho e o nível de aprendizado dos matriculados na capacitação que conta com 50 horas.

A professora Juliane Cristina Brizola, que é surda e ministra as aulas de Libras, destacou, em sinais, a importância da língua na melhoria da comunicação entre surdos e ouvintes.

“É muito importante que a sociedade conheça a Libras, professores, médicos e outros profissionais, pois desta forma vamos exercer a acessibilidade e tornar os surdos e deficientes auditivos mais independentes. Isso promove a liberdade para que possamos ir aos locais sem depender de uma pessoa. O surdo precisa disso”, disse Juliane, elogiando o interesse e empenho dos alunos.

“O curso é básico e alguns nunca tiveram nem mesmo contato com surdos, mas são todos muito esforçados. Hoje eu observo que eles já mostram um desenvolvimento. E o importante é que eles não estão desanimando, pois a Libras é uma língua difícil”, admitiu.

A recepcionista Meire Câmara trabalha no Hospital Municipal Dr. Nelson Gonçalves (antigo Cais Aterrado) e procurou o curso para se capacitar e atender melhor o público que procura os serviços de saúde na unidade. “Quando paciente surdo chegava, a gente precisava acionar a Secretaria da Pessoa com Deficiência com algum intérprete. Era bem complicado. Hoje, após alguns meses de curso, já consigo me comunicar. Dá uma felicidade muito grande, é muito bom” disse.

A nutricionista Andréa Guimarães também se matriculou, mas com o propósito de auxiliar o filho, que é surdo. “Procurei Libras para ajudar ele, que tem 12 anos, mas é oralizado. Tenho ensinado ele com o que aprendo nas aulas. Quero que ele aprenda para garantir inclusão social. Quem sabe no futuro ele não ajude outras pessoas?”, contou.

O professor universitário Marcelo Ferreira contou que sempre teve vontade de se comunicar em Libras, mas que a facilidade de a capacitação ser disponibilizada no UGB, local onde leciona aulas para o curso de Administração, o motivou.

“Tenho gostado, pois sempre tive a vontade de aprender. E a metodologia de ensino da professora Juliane é muito boa. Tenho pegado muito rápido, agora é praticar mais, e já tenho colocado em prática; com os meus alunos, com a família, com o sobrinho. Gesticulando bastante”, comentou Marcelo, se divertindo com a situação.

A terapeuta Valessa Marcielle disse que resolveu passar pela especialização, com intuito de atender pacientes surdos e promover a acessibilidade. “As pessoas têm necessidade de falarem seus sentimentos, de serem ouvidas e após a pandemia isso ficou ainda maior. Já temos dificuldade de expor nossos sentimentos, com os surdos é a mesma coisa. Então é importante saber se comunicar com eles e ajudar a resolverem suas questões internas”, disse Valessa, revelando que após dar início ao curso oferecido pela SMPD, passou a oferecer atendimento a uma cliente surda.

O secretário municipal da Pessoa com Deficiência, Washington Uchôa, falou sobre como tem sido o retorno por parte dos alunos do curso. “São três meses de curso e os participantes falam que aprender Libras dá a eles a oportunidade de interagir com os deficientes auditivos, seja na rua ou no trabalho. Temos o caso de alguns familiares de deficientes em que a Libras dá este poder de comunicação. É muito gratificante. Agradeço a Deus e ao prefeito Neto, que sempre tem dado todo apoio para que a gente possa fazer por eles o que deve ser feito. E a Libras é um caminho”, afirmou.

 

Foto: Cris Oliveira - Secom/PMVR

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