Facilitar a inserção no mercado de trabalho é um dos objetivos da secretaria municipal criada especialmente para este público

Promover a inclusão no mercado de trabalho, garantir acesso à educação e adequar a mobilidade urbana são os objetivos principais da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD) de Volta Redonda. Criada no ano passado, a Pasta já garantiu avanços para o seu público-alvo no município. Implantou o curso superior de Administração para pessoas com deficiência, em parceria com o UGB (Centro Universitário de Volta Redonda), instalou uma unidade de semáforo sonoro e logo mais três estarão em funcionamento e, mais recentemente, a prefeitura contratou 27 Pessoas com Deficiência para atuar na digitalização de documentos.

De acordo com o secretário da SMPD, o pastor Washington Uchôa, a Prefeitura de Volta Redonda foi pioneira em desenvolver um trabalho específico para a Pessoa com Deficiência, principalmente, no que diz respeito ao trabalho e à educação. “No meu ponto de vista, eixos fundamentais para garantir a dignidade a estas pessoas. E tudo isso só é possível por termos o prefeito Neto à frente da administração municipal. Um homem sensível a esta causa e que dá todo apoio para a concretização dos projetos da secretaria”, lembrou.

Uma mudança de vida. É assim que os novos funcionários se referem à oportunidade de executar o projeto de modernização do acervo municipal. Uma das mais empolgadas na função de digitalizadora é Bruna Hortência, que é deficiente auditiva. “Estou amando trabalhar aqui. É um aprendizado, principalmente, de que, com dedicação e esforço posso me igualar aos ouvintes”, disse ela, lembrando que esta foi a primeira oportunidade de realizar um trabalho intelectual.

“Já tive experiências em empresas, mas fazia trabalho braçal, que chegou até a causar problemas de saúde. Tive depressão e hoje minha autoestima está nas alturas. Estou muito feliz. Termino o ensino médio neste ano e não vejo outro caminho, se não, ingressar numa faculdade. Hoje, sei que sou capaz”, afirmou Bruna.

Jardel Trindade de Moura também é deficiente auditivo e compartilha da mesma opinião que Bruna. “Minha experiência é como pedreiro, profissão em que ainda sigo atuando no contraturno ao trabalho para a prefeitura. Mas aqui, vi que posso ir além do trabalho pesado. Aprendi a utilizar a tecnologia e estou me saindo muito bem na função de digitalizador. Sou dedicado e muito esforçado tenho certeza que tenho a mesma competência de um ouvinte”, falou.

A dedicação e a competência do grupo foi avalizada pelo gerente do projeto Samuel César de Queiroz Pereira. Ele explicou que as Pessoas com Deficiência começaram a atuar na digitalização do arquivo da prefeitura no dia 17 de janeiro. “Nos dois primeiros dias, todos passaram por treinamento para as funções de preparador, digitalizador e indexador com funcionários do Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE), associação que intermediou a contratação para prestação de serviços especializados em gestão e tratamento documental”, contou.

Ele afirmou que todos conseguiram aprender rapidamente e são muito ágeis. “Em menos de dez dias de trabalho efetivo, mais de cinco mil páginas de documentos foram digitalizadas”, comemorou Samuel, informando que neste primeiro mês as pessoas estão fazendo um revezamento para identificar a função em que se adéqua melhor.

Os novos funcionários foram contratados pelo período de 12 meses e atuam em turno de seis horas, de segunda a sexta-feira, no setor de arquivo da prefeitura, que funciona na Seção de Documentação e Arquivo da Prefeitura, que fica na antiga Escola Estadual Maranhão, no bairro Eucaliptal.

O trabalho é dividido em preparação e digitalização. O primeiro grupo recebe os processos administrativos e deixam o material “limpo”, pronto para ser digitalizado. Isso significa, por exemplo, que são retirados grampos e clipes de metal. Na digitalização, as páginas são escaneadas e avaliadas quanto à nitidez, centralização do texto, além de outras normas técnicas. Após esta etapa o material digitalizado é encaminhado para conferência final e validação, enquanto a versão em papel é remontada. O grupo responsável pelas tarefas é composto por deficientes físicos, auditivos e intelectuais.


Foto: Cris Oliveira- Secom/PMVR 

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